Os moradores do município de Teofilândia, chegam ao final de mais um ano tentando desvendar um antigo ditado: “Será que um raio cai duas vezes no mesmo lugar”? Parece estranho, mas o desejo dos quase 22.873 de habitantes é de que a resposta seja sim. Não poderia ser diferente.
O raio é nada mais do que a “Mega da Virada” que, na noite do dia 31 de dezembro de 2013, tornou 22 trabalhadores de um hospital local milionários após um bolão. O prêmio total era de R$ 224.677.860,07, que foi distribuído entre quatro apostas vencedoras: Curitiba (PR), Palotina (PR), Maceió (AL) e Teofilândia (BA). Os sortudos da aposta baiana repartiram o valor de R$56 milhões.
A Lotérica Rubi, única central de apostas do município, estava fechada. “Não abre as portas há uns três meses. Não sabemos ao certo o que aconteceu. Falta de movimento é que não foi. Depois que os moradores daqui ganharam, muita gente começou a apostar. As filas tomavam conta da praça. Ninguém pagava conta. Só jogava”, disse Luana Santos, de 21 anos, que trabalha em uma loja de roupas vizinha à lotérica.
Em frente ao pequeno empreendimento de moda, minutos após conversa com Luana Santos, o dono da central de apostas “Rubi” passou pela região. Ele não quis dizer o nome, por questão de segurança, mas relatou que a lotérica foi fechada por motivos administrativos. A causa específica não foi relatada, mas o proprietário esboçou confiança de que o espaço seja reaberto. “Essa é a nossa expectativa, mas ainda não há prazo”, admite.
A Caixa Econômica Federal (CEF) confirmou que a unidade foi fechada devido a um problema operacional envolvendo a relação com o empresário local e atestou que não há previsão de reabertura do espaço.
Sem unidade lotérica no município, os moradores têm viajado para realizar apostas na cidade de Araci, a cerca de 18 quilômetros de Teofilândia.
Em busca do milhão – Sem unidade lotérica no município, os moradores têm viajado para realizar apostas na cidade de Araci, a cerca de 18 quilômetros de Teofilândia. Quem já está na torcida em busca do milhão é o servidor da prefeitura local, Genivaldo Oliveira, de 35 anos. “Entrei no bolão com os colegas de trabalho. O bolão já tem 10 pessoas e a aposta é de R$10. Com o dinheiro do prêmio, eu pagaria alguns débitos e compraria um terreno”, antecipa.
O taxista José Andrade, de 49 anos, também mantém esperanças de ficar milionário. Por isso, também organizou um bolão com os colegas de profissão, que têm ponto na praça local. “Só Jesus sabe se vou ganhar, mas eu vou apostar. Se ganhar, a primeira coisa que eu vou fazer é ajudar as pessoas carentes da região”, promete.
Vendedora de salgados no município, Josenilda Moura, de 25 anos, está entre os moradores de Teofilândia que não veem problema em viajar para a cidade vizinha em busca do sonho de ser milionária. “Claro que eu vou jogar. Se eu ganhasse, ajudaria uma instituição que cuida de idosos. A cidade está bem carente disso”, relata.
No Hospital Municipal Waldemar Ferreira, onde foi feito o bolão milionário de 2013, os funcionários não voltaram a fazer bolão neste ano. “É difícil um raio cair duas vezes no mesmo lugar”, acredita Jeane Oliveira, que atua na farmácia da unidade médica.
G1BA