![Aroldo foi empossado presidente do TCU recentemente.](https://i0.wp.com/www.calilanoticias.com/wp-content/uploads/2012/12/Aroldo-Cedraz-2.jpg?resize=320%2C240&ssl=1)
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Aroldo Cedraz, nem sequer se deu ao trabalho de alegar-se suspeito ao produzir um relatório em que defende a reversão das punições aplicadas a executivos e ex-executivos da Petrobras responsáveis pela compra superfaturada da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. É que o filho dele, Tiago Cedraz, não apenas já teve o nome citado na Operação Lava Jato como também atuou na intermediação da venda – igualmente suspeita – de uma refinaria da Petrobras em San Lorenzo, Argentina, a um empresário do jogo.
O TCU concluiu em julho do ano passado que houve dano ao erário de US$ 792 milhões na aquisição da refinaria, em 2006, e determinou a indisponibilidade do patrimônio de 11 executivos para resguardar eventual ressarcimento aos cofres públicos – os integrantes do Conselho de Administração da empresa, à época presidido por Dilma, foram isentados de culpa no negócio, apesar de terem autorizado a compra.
Cedraz pediu vista do processo em agosto, quando o plenário discutia a possível inclusão da atual presidente da companhia petrolífera, Graça Foster, entre os responsáveis pelas irregularidades. Desde então, ele não havia se pronunciado ou devolvido o caso para a conclusão do julgamento. A demora na apreciação impede que o bloqueio de bens, por ora suspenso, seja efetivado na prática.
Venda suspeita
![Tiago Cedraz é um dos mais conceituados advogados de Brasília.](https://i0.wp.com/www.calilanoticias.com/wp-content/uploads/2015/01/tiago-cedraz.jpg?resize=321%2C210&ssl=1)
Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU, atuou na execução do contrato que previa pagamento de propina de US$ 10 milhões em caso de venda da refinaria em San Lorenzo. Ele era sócio do escritório Cedraz & Tourinho Dantas, uma das partes do contrato que previa repasse de uma “taxa de sucesso” de US$ 10 milhões caso se concretizasse a venda da refinaria a um empresário do jogo na Argentina.
O lobista e engenheiro João Augusto Rezende Henriques, ex-servidor de carreira da Petrobras, revelou que contratos da área internacional da estatal — entre eles o referente à venda da refinaria em San Lorenzo — serviram para o pagamento de propina a parlamentares do PMDB. O filho de Aroldo Cedraz confirmou ao jornal O Globo que os “honorários” deveriam ser repassados a terceiros.
O despacho de Aroldo Cedraz foi concluído em 29 de dezembro, três dias antes de ele assumir o comando do TCU – e, por norma da corte, deixar de participar de julgamentos. A manifestação ocorre num contexto de pressão do governo e da Petrobrás, nos últimos meses, para que os ministros recuem das determinações do julgamento de julho.
As informações são do Site Diário do Poder