Documentos que compravam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é o dono de quatro contas secretas na Suíça vieram à tona nesta sexta-feira (16). O parlamentar, que está sendo investigado pelo STF por denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro, tinha afirmado não possuir contas no exterior, durante depoimento à CPI da Petrobras.
Os documentos divulgados pelo Jornal Hoje, na TV Globo, mostram cópias do passaporte de Cunha, assim como a assinatura e os dados pessoas do parlamentar – nome completo, data de nascimento e endereço dele em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
O material que comprova a titularidade de Cunha nas contas foi enviado pelas autoridades da Suíça à Procuradoria Geral da República (PGR). Nos últimos anos, as contas do presidente da Câmara receberam depósitos de US$ 4.831.711,11 e 1.131.700 francos suíços, aponta a TV Globo.
O valor é equivalente a cerca de R$ 23,8 milhões, e teria sido pago a Cunha como propina por um contrato fechado entre a Petrobras e a empresa Companie Beninoise des Hydrocarbures Sarl em Benin, na África, para a exploração de um campo de petróleo no país.
Em uma das contas atribuídas ao parlamentar está o pedido de que as correspondências relacionadas à ela não fossem enviadas ao Brasil e sim a um endereço em Nova York, nos Estados Unidos, por alegar que “mora em um país onde os serviços postais não são seguros”.
Por acreditar que há indícios suficientes e que as contas de Cunha no exterior são “produto de crime”, a Procuradoria Geral da República pediu o bloqueio e o sequestro do dinheiro depositado. O ministro Teori Zavascki, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), também autorizou a investigação da mulher do deputado, Cláudia Cordeiro Cruz, e de uma filha dele, supostas beneficiárias dessas contas.
Contas na Suíça
A Procuradoria recebeu na semana passada documentos e extratos bancários que indicam que Eduardo Cunha era titular das contas. Em uma, segundo informou o MP suíço, houve um depósito de R$ 1,3 milhão de francos suíços.
Segundo a procuradoria, trata-se de dinheiro de propina oriundo de contrato de exploração de um campo de petróleo em Benin, na África. Cunha negou a informação. Em nota, ele disse que nunca recebeu “qualquer vantagem de qualquer natureza, de quem quer que seja, referente à Petrobras ou a qualquer outra empresa, órgão público ou algo do gênero”. Ele voltou a negar possuir contas fora do país.
Correio24H