As cidades de Paulo Afonso (BA), Serra Talhada (PE) e Piranhas (Al) lembraram quinta-feira, 28, os 73 anos da morte de Virgulino Ferreira da Silva, “Lampião”, assassinado no dia 28 de julho de 1938, na Grota de Angicos, Estado de Sergipe, com mais 11 cangaceiros, entre os quais Maria Bonita. A tropa, que tomou parte no fuzilamento e na degola dos cangaceiros, se compunha de 48 homens. O tenente João Bezerra, chefe do ataque, disse que foi rápido.
O ataque durou uns 20 minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos 34 cangaceiros presentes, 11 morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar.
Os policiais apreenderam os bens, todo o dinheiro, o ouro e as joias e mutilaram os mortos. Feito isso, salgaram as cabeças e as colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal. Os corpos mutilados e ensanguentados foram deixados a céu aberto, atraindo urubus. Para evitar a disseminação de doenças, dias depois foi colocada creolina sobre os corpos. Como alguns urubus morreram intoxicados por creolina, este fato ajudou a difundir a crença de que eles haviam sido envenenados antes do ataque, com alimentos entregues por um coiteiro traidor.
O enterro dos restos mortais dos cangaceiros só ocorreu depois do Projeto de Lei nº 2.867, de 24 de maio de 1965. Tal projeto teve origem nos meios universitários de Brasília (em particular, nas conferências do poeta Euclides Formiga), após o reforço das pressões do povo brasileiro e do clero. As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram sepultadas no dia 6 de fevereiro de 1969.
Fonte: Diário do Nordeste / foto divulgação