Duas pessoas morreramem um acidente envolvendo o Gol p/p CZM 4316, licença do Mogi das Cruzes, (SP) e o Caminhão baú VW 24-250 constellation, p/p HDI 4213, Lagoa Preta (MG), por volta das 09h40 deste sábado (10), na BR 116/Norte, a 04 km da cidade de Araci, sentido Caldas do Jorro.
O Gol era dirigido pelo agricultor José Ailson Moura dos Santos, 30 anos, residente na Avenida Aracajú, 352, Araci, enquanto o caminhão era conduzido por Cláudio Rocha, 38 anos, residente na cidade São Paulo. Morreram no local, o motorista do gol e a aposentada Maria Dalva Junqueira Moura, 61 anos, conhecida por “Dona Dalvinha”, residente na Fazenda Jacu, situada a 01 km do local do acidente.
Entenda como tudo aconteceu – O caminhão transportava cosméticos e seguia de Belo Horizonte (MG) para Floresta (PE). Segundo Claudio Rocha, que falou com exclusividade para o CN, ele percebeu quando o Gol saia da estrada vicinal que dá acesso ao povoado de Jacu, a BR 116 e começou a frear e puxar o caminhão para esquerda, visando evitar o acidente, porém o gol não parou e foi ao seu encontro, provocando o choque. “Não pude fazer mais do que fiz , pois vi que no sentido contrário vinha uma carreta bi trem e tive que voltar, para a minha mão. Neste momento, o Gol já havia chocado na frente do caminhão”, contou Rocha.
Um “andarilho” que passava no momento do acidente confirmou a informação que o Gol realmente saiu da estrada de terra e o motorista não parou para observar se estava livre, apesar de o local ser uma reta nos dois sentidos. Com impacto, o gol foi arremansado aproximadamente vinte metros, sobre um amontoado de lixo as margens da rodovia.
O destino – A aposentada “Dalvinha”, mãe de 08 filhos, sendo que 03 ainda moravam com ela e o esposo numa pequena área de terra localizada próximo ao povoado do Jacu, estava caminhando sentido à cidade de Araci, onde, mais uma vez, tentava encontrar a filha Atoniane Junqueira Moura, 25 anos, que sofre de problemas mentais e não havia dormido em casa. Para quem mora na região e costuma ir a pé para cidade, utiliza uma estrada conhecida por “areias”, que diminui em 02 km a distância. Antes de entrar no desvio, Zé Ildes, com era conhecido o motorista do gol, passa e dar carona para Dona Dalvinha e quinhentos metros a frente acontece o acidente e ela morre presa nas ferragens.
Zé Aildes morou alguns anos na fazenda Queimada Grande, próximo ao Povoado do Jacu e ao separar da companheira foi residir com a mãe na cidade. Conhecido de “Dona Dalvinha”, era um hábito dele dar carona aos conhecidos e, segundo a irmã Maria José Moura dos Santos, residente na região, na segunda-feira, dia da feira-livre da cidade de Araci, ele deu carona a aposentada e a filha que tem problemas mentais.
Filho mais velho, de uma família de seis, Zé Ildes em 2007, sofreu uma queda de moto quando retornava da Fazenda Queimada Grande e ficou dois meses internado no Hospital Geral em Salvador, sendo 15 dias em coma. Esta história foi contada por sua mãe, Maria José Moura dos Santos. “Ele chegou aqui em Araci usando cadeira de rodas e ficou nela 90 dias e depois, ou melhor, até hoje, estava usando muleta, pois ficou com problemas nas pernas”, lembrou Dona Maria José. Um homem que se apresentou como primo e outro como amigo porém não revelaram suas identidades admitiram que o motorista do gol tinha dificuldades na sua coordenação montora e na maioria das vezes eles que dirigiam o carro, falaram também que havia bebido bastante na noite anterior.
Apesar de reconhecer que o filho gostava de consumir bebidas alcoólicas, no sábado havia chegado em casa de madrugada, pois participou de uma festa no Povoado de Jacu e ao acordar, voltou para comunidade, onde conversou com a irmã sobre a “pensão” que o INSS havia suspendido e acertaram para tratar deste assunto na segunda-feira, em Serrinha.
No veículo foi encontrado uma quantidade de farinha e carne de sol que estava levando para ser encaminhado a um amigo residente em São Paulo.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas