Coité – O paciente do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Egídio Carmo dos Santos, 44 anos, subiu a uma torre de telefonia que fica em frente a entidade por volta das 09h desta quarta-feira,23, e ameaçava se jogar até então sem revelar o motivo.
Cerca de 40 minutos depois, já com a presença da Policia Militar e o homem no meio da torre, compareceu a Brigada Voluntária Anjos da Vida, como a equipe não dispõe de pessoa com este tipo de treinamento, o ex-brigadista Cesar Maciel que possui essa especialidade de resgate se prontificou e subiu para negociar com Egídio, em seguida subiu para dar apoio, o brigadista conhecido por Mazinho, que mesmo sem equipamentos subiu a torre para ajudar no resgate.
Centenas de pessoas acompanharam as quase três horas o drama de uma pessoa que sofre de problemas psiquiátricos e faz acompanhamento no CAPS desde 22 de novembro de 2012.
De acordo com a Direção da entidade o paciente é epilético e possui relatos de episódios de agressividade intensa, inclusive em 3 de abril deste ano extraiu parcialmente o dedo de um policial. Apresenta irritabilidade, tendo crises em média a cada duas semanas.
Ainda de acordo com o CAPS, o usuário vem comparecendo ao serviço bastante agitado, fazendo ameaças e desrespeitando as normas de funcionamento, bem como os profissionais e outros usuários.
“Apesar deste comportamento,Egídio não apresenta sintomas de surto ou transtorno psicótico, estando consciente dos seus atos, conforme avaliação psiquiátrica. Hoje, veio ao serviço para atendimento psiquiátrico, novamente mostrou-se agitado, agressivo, fazendo ameaças aos funcionários e pacientes. Deu murros e chutes com as pontas dos pés nos mobiliários da unidade, pulou o muro e disse que subiria na torre de telefonia. Sem que fosse percebido, subiu na torre que fica em frente a unidade do CAPS. Foi quando a Polícia Militar e a Brigada Anjos da Vida foram acionadas para tentar garantir sua integridade física”, relatou Maria Fernanda, coordenadora do Centro.
Em nota o CAPS destacou ainda que até então, Egídio estava coerente, sem apresentar sinais de desorientação ou delírios, sendo descartada a hipótese de surto psicótico neste momento. Sendo assim, diante da experiência dos profissionais do CAPS com este usuário, existe uma probabilidade de tratar de mais um comportamento com caráter manipulador, visando atrair atenção para si, estando o mesmo consciente de sua ação e do risco da atitude.
Esta é a terceira vez que Egídio sobe em torre dizendo que vai se jogar, antes subiu numa torre da OI no povoado onde mora a cerca de 10 km da sede de Conceição do Coité, subiu na torre da Claro no centro da cidade e agora na torre da VIVO. Ele também cumpriu pena por ter assassinado a facada um homem na cidade de Serrinha a cerca de 20 anos.
Um brigadista voluntário conhecido por Mazinho ao descer da torre disse que Egídio recentemente tentou o matar com um facão. “Mesmo assim estive lá fazendo de tudo para ele sair salvo e sem ferimentos. Lamentamos muito como as pessoas ficam torcendo para o pior, eu ouvia as pessoas gritarem pula,pula! E não é tolerável essa atitude”, lamentou o brigadista.
Maciel disse ao CN que a missão não é fácil, disse que ao chegar encontrou uma pessoa totalmente desorientada e disposta a saltar da torre, “lamentou problemas de terra e queria ser um paciente frequente do CAPS,mas com muita calma e passando confiança ele foi aceitando a ideia de descer e mesmo com poucos recursos em equipamentos conseguimos trazer ele ao chão sem nenhum ferimento e certo de mais uma missão cumprida”, relatou o brigadista.
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Por: Raimundo Mascrenhas