A presidente Dilma Rousseff concedeu uma entrevista hoje (13) e disse que vai resistir “até o último minuto” ao processo de impeachment. Afirmou ter uma contabilidade que lhe daria a vitória na votação marcada para domingo. E que no dia seguinte, derrotando a proposta do impedimento, vai propor um “pacto” sem considerar “vencedores nem derrotados”.
Será “uma proposta de nova repactuação de todas as forças políticas sem ter vencidos nem vencedores. Não se faz pacto com ódio”. Convidaria a oposição? “Convido todos”, responde Dilma.
No que consistiria a proposta? “Vou oferecer um processo de diálogo. Temos de olhar todos os lados do Brasil. Mas respeitar as conquistas já adquiridas”.
Ao mesmo tempo em que fala em vencer e barrar o impeachment, a petista flerta com a ideia de novas eleições.
“Não vou ficar neste momento discutindo uma hipótese [convocar novas eleições] que contraria o que eu defendo. Acho que temos todas as condições de ganhar no Congresso Nacional”, declarou a presidente. Em seguida, fez uma ressalva: “Eu respeito a proposta que passe pelo voto popular. A minha visão não é essa, mas eu respeito”.
A petista repetiu várias vezes durante a entrevista as críticas que fez nos últimos dias ao vice-presidente da República, Michel Temer, e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB. Referindo-se aos dois, disse:
“Chamei de chefe do golpe e de vice-chefe do golpe. Só não sei quem é o chefe e o vice-chefe. Vocês também não sabem. São associados. Um não age sem o outro. Aqui ninguém é ingênuo”.
Empresários
Indagada a respeito de empresários que apoiam o processo de impeachment abertamente –donos de shoppings, por exemplo, pretende fechar os estabelecimentos no domingo–, a presidente demonstrou uma certa irritação.
Deu a entender que nada exime uma pessoa “pelo fato de ter posição”. Disse que “não há pecado em ser empresário”. Mas que “se você defende a interrupção de uma mandato legalmente constituído (..) você é golpista. Não interessa o que você seja”.
Em seguida veio uma pergunta pergunta se era correto extrapolar a interpretação para todos os cidadãos que têm expressado simpatia pelo impeachment. A presidente não respondeu diretamente, mas afirmou que “se o cidadão ‘A’ defende essa posição [pro-impeachment], o cidadão é golpista”. E “quem achar que isso [impeachmen] está certo está tendo uma atitude golpista”.
Para a presidente, entretanto, a atitude que ela chama de “golpista” é mais presente no meio político. “No Congresso aparece com maior nitidez”, afirma.
Uol