“Lúcia vai te pegar, Lúcia vai te pegar”. Esse foi apenas um dos gritos dos animados brasileiros que compareceram em ótimo número às arquibancadas da Arena Carioca 3 para apoiar Lúcia Teixeira de Araújo no judô na Paralimpíada. Empurrada pelos compatriotas presentes, ela bem que tentou, mas foi a adversária Inna Cherniak, da Ucrânia, quem a pegou de jeito na final da categoria -57kg. A atleta do Brasil, que já tinha levado a prata em Londres 2012, repetiu a dose no Rio de Janeiro. A luta, contudo, foi muito rápida.
A paulistana foi pega de surpresa quando a europeia, campeã mundial de 2014, conseguiu encaixar um golpe logo no início, a derrubou e a imobilizou. A atleta da casa nada pôde fazer, e o embate durou, ao todo, apenas 40s. Dessa forma, Lúcia Teixeira sai com o segundo lugar no pódio. Os bronzes foram para Junko Hirose, do Japão, e Hana Seo, da Coréia do Sul. Já no masculino, Abner de Oliveira (-73kg) e Harley Damião (-81kg) perderam na estreia e acabaram eliminados da Paralimpíada.
As primeiras medalhas do judô brasileiro na Paralimpíada vieram justamente na estreia dessa modalidade no programa.Elas aconteceram nos Jogos de Seul 1988. Jaime de Oliveira (60 kg), Júlio Silva (65 kg) e Leonel Cunha (+95 kg) voltaram com três bronzes. O primeiro ouro veio em Atlanta 1996, com Antônio Tenório da Silva (86 kg). Nos Jogos seguintes, Tenório se consagrou como maior nome desse esporte no país. Foi ouro em Sidney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, além de garantir um bronze em Londres 2012. É o único atleta a conquistar ouro no judô paralímpico para o Brasil.
No feminino, as primeiras medalhas brasileiras vieram também no ano em que a categoria foi integrada ao programa paralímpico, em Atenas 2004. Karla Cardoso (48 kg) e Daniele Silva (57 kg) conquistaram uma prata e um bronze, respectivamente, na Grécia. No total, o judô possui 19 medalhas paralímpicas, sendo quatro ouros, seis pratas e nove bronzes.
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