O Ministério da Saúde anunciou ontem que vai comprar 3,5 milhões de testes rápidos para identificar o vírus da zika, no valor de R$ 119 milhões. Os testes, produzidos pela Bahiafarma, laboratório ligado à Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), começarão a chegar nos postos a partir de novembro, em todas as regiões do país. Está prevista a distribuição de dois milhões de kits até o final deste ano e o restante até fevereiro de 2017.
Fruto da parceria entre o governo do estado e a empresa sul-coreana Genbody Inc., a tecnologia confirma, em 20 minutos, se o paciente está ou já foi infectado pelo vírus, independentemente do tempo de infecção – atualmente o teste ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS) é o PCR (biologia molecular), que só detecta a doença enquanto o vírus estiver presente na corrente sanguínea.
Cada kit custará ao ministério R$ 34 – quatro vezes menos que o valor proposto por outra empresa do mercado, segundo a Sesab. A indicação de quem deve ou não fazer o teste fará parte de um protocolo, que deverá ser divulgado pelo ministério no mês que vem.
Os testes serão feitos por indicação do médico. O diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, afirmou que há alguns critérios já estabelecidos: gestantes com sintomas de zika, gestantes que tenham feito exames de ultrassom que indiquem a suspeita de que o feto apresenta má-formação no sistema nervoso central, adultos de ambos os sexos com suspeita de zika e que apresentem um quadro mais grave, com sintomas de problemas neurológicos.
“Pela primeira vez, temos um laboratório público, que não é a Fiocruz, produzindo um teste diagnóstico de ponta”, comemorou o secretário estadual da Saúde, Fábio Villas Boas.