O ministro da Defesa da Bolívia, Reymi Ferreira, afirmou nesta sexta-feira (9) que a queda do avião da Chapecoense na Colômbia, que deixou 71 mortos, foi um “homicídio”. Morreram jogadores e dirigentes da equipe catarinense, além de jornalistas e tripulação.
“Não foi um acidente. Na realidade foi um homicídio”, disse Ferreira em entrevista à rádio paraguaia ABC Cardinal. Ele afirmou que se o piloto Miguel Quiroga tivesse seguido as normas de aviação, a tragédia não teria acontecido.
“Há uma norma internacional que estabelece que você tem que ter pelo menos uma hora e meia de autonomia a partir do cálculo da chegada a seu destino. E ele tinha, de acordo com o plano de voo exatamente a mesma quantidade de combustível para as quatro horas e vinte minutos que supostamente iria durar o voo”, afirmou.
O ministro afirmou ainda que Quiroga tinha costume de burlar as regras. “E isso não foi feito uma vez. Essa companhia aérea, esse piloto, fez isso cinco vezes”, afirmou.
Prisão
O gerente da LaMia, Gustavo Vargas, foi preso na terça-feira e deve ficar detido enquanto a investigação continuar. O empresário é acusado de abandono do dever, uso indevido de influências e homicídio culposo, entre outros.
“É preciso investigar que relação existia entre o gerente da LaMia (Vargas) e seu filho, que era um dos responsáveis da direção-geral da Aeronáutica Civil, que é a que outorga as permissões de licenças de aeronáutica. Esse é um elemento em que possivelmente há tráfico de influência”, disse o ministro à rádio.
“Na Bolívia, a autorização de uma companhia aérea, ao menos desse tipo, demora muitíssimo. E chama atenção a rapidez e os poucos requisitos que foram pedidos. Há uma suspeita da parte do governo e do Ministério Público, que nesse caso está investigando, de que teria havido um tráfico de influência”, finalizou.
Fonte: Correio