O Departamento de Vigilância Epidemiológica de Itabuna, no Sul do estado, investiga a causa da morte da paciente Dicilene da Silva Ribeiro, de 37 anos. Ela morreu na última terça-feira (17) após ficar internada por seis dias no Hospital Calixto Midlej Filho. O exame para detecção do vírus Chikungunya deu positivo.
Dicilene morava em São Paulo e estava na Bahia para passar as férias de final de ano com a família na cidade de Buerarema. Segundo Manuela Serra Tanan, técnica da Vigilância, a paciente passou uma temporada com parentes em Porto Seguro e, ao retornar, começou a apresentar os sintomas de febre baixa, dores no corpo acentuadas, sangue nas fezes e desmaio.
Segundo informações passadas pelo hospital para a Vigilância Epidemiológica, Dicilene não soube especificar onde contraiu a doença, por conta da viagem. Ela também fez uso, por conta própria, de nimesulida durante dois dias antes de dar entrada no hospital. “Isso é um fator agravante para arboviroses como dengue e chikungunya. Esse anti-inflamatórios não-esteroides pode, agravar um quadro que era benigno e tornar o caso hemorrágico”, explica Tanan.
De acordo com Manuela, a paciente deu entrada no hospital de Itabuna na última quinta-feira (12) e, desde então, seu quadro de saúde piorou. “Ela recebeu duas bolsas de sangue e em seguida foi encaminhada para o Centro de Tratamento Intensivo, apresentou derrame pleural bilateral e foi evoluindo para complicações gerais”, disse. Ainda segundo a técnica, a paciente tinha histórico de obesidade, hipertensão e havia feito cirurgia bariátrica havia sete anos.
Durante o internamento a paciente também relatou ter tido dengue há quatro anos, mas não foi comprovado. Enquanto Dicilene esteve internada o material foi colhido para exames de detecção de arboviroses que positivo para chikungunya e negativo para dengue e leptospirose. “Quando o resultado chegou, também tivemos a informação do óbito da paciente. Ela morreu às 4h10 da madrugada de terça-feira (17)”, confirmou.
Segundo a vigilância, o laudo hospitalar aponta várias causas para a morte, inclusive a arbovirose. Mas, segundo Tanan, será feita um estudo para confirmar se a chikungunya foi a principal causa da morte. “A princípio vamos fazer uma investigação mais elaborada junto com núcleo regional para uma resposta mais fidedigna”, concluiu Manuela.
Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado informou que foi notificada e está acompanhando o caso. Em 2016, 327 municípios notificaram 52.693 casos suspeitos de Febre Chikungunya.
Segundo a Sesab, o maior número de casos ocorreu na faixa etária de 30 a 39 anos (17,8%) e, do total de casos, 63,8% são do sexo feminino. Os dez municípios com maior incidência
de casos foram Itaju do Colônia, Itabuna, Floresta Azul, Itaberaba, Jaguarari, Cansanção, Almadina, Itapitanga, Santa Brígida e Filadélfia. A Sesab não divulgou a quantidade de casos já registrados em 2017.
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