O estádio Eliel Martins, o Valfredão, está interditado em consequência das ocorrências na noite de quarta-feira, quando foi palco do empate em 0x0 entre Jacuipense e Bahia, pela segunda rodada do Campeonato Baiano. A Federação Bahiana de Futebol (FBF) decidiu ainda que os jogos do Jacuipense serão todos transferidos para o estádio de Pituaçu, em Salvador. A decisão foi divulgada através de nota oficial.
“O Coronel José Inácio Diniz, assessor da entidade para vistorias e segurança em estádios, durante a última visita ao local, havia solicitado ao secretário de Esportes de Riachão do Jacuípe que o estádio fosse preservado e só utilizado para os jogos oficiais. Porém, os responsáveis não seguiram a recomendação de conservação e utilizaram o local para treinamentos, o que prejudicou e castigou o gramado”, diz o documento da entidade.
Ao saber da informação, o presidente do Jacuipense, Felipe Sales, disse que há grande possibilidade do time abandonar a competição. “Vou tentar marcar uma conversa com Ednaldo Rodrigues (presidente da FBF) amanhã para tomar uma decisão definitiva. Se ele determinar que seremos obrigados a jogar em Salvador e que não podemos voltar para Riachão mesmo com o campo em bom estado, estamos fora da competição”, disse o dirigente ao CORREIO.
“Não entendi essa informação de que não vai ter mais jogo no Valfredão porque o Jacuipense estava treinando no estádio. Posso te garantir que o Jacobina treina no estádio onde joga, a Juazeirense treina no estádio onde joga, e isso acontece com outros tantos clubes do interior. Não é todo clube que tem estrutura de centro de treinamento. Caso a gente seja impedido de jogar lá, a gente pode até sair da competição, porque não temos condição de jogar fora de Riachão para ter despesa. Essa seria uma penalidade muito grande, a maior que podemos sofrer. Aí teremos que pedir licença e não continuar. É uma possibilidade”, completou Felipe Sales.
Em nota, a FBF disse ainda que “não tem como estar diariamente nos municípios do interior fiscalizando a utilização dos campos de jogos dos estádios e confia nas informações dos seus filiados”, e que o Valfredão é um estádio “sem nenhuma condição de abrigar partidas oficiais de futebol” e que, por isso, “teve determinada sua retirada da competição, sob alegação de preservar o bem público e em especial a integridade física dos atletas e árbitros, além da qualidade técnica das partidas”.
De acordo com Ednaldo Rodrigues, o gramado do Valfredão estava em perfeito estado, mas foi danificado pelo próprio Jacuipense. “O Jacuipense descumpriu determinações da vistoria técnica que foram pontuadas para o clube sobre não treinar no gramado do estádio. A gente verificou o gramado uns 20 dias atrás e estava tudo legal, sendo recuperado, porque estava sem ter jogos e treinos. De repente, a Secretaria de Esportes do município liberou o estádio para o time treinar. Nós não temos poder em vetar um treino, porque não somos proprietários do estádio. As determinações não foram acatadas e só tomamos conhecimento de que eles estavam treinando lá depois que vimos o gramado”, explicou.
Sobre o gramado, Felipe Sales dá a sua versão. “Muito pelo contrário. O gramado estava muito pior antes. Há 20 dias, a situação estava muito pior. Alguém falou para ele (Ednaldo Rodrigues) de forma errada que o gramado piorou com a gente. Pode ter sido a prefeitura, talvez. Não sei. O fato é que o gramado de 20 dias para cá só vem melhorando”, rebateu.
Mais problemas
O presidente do Jacuipense admitiu os erros antes do jogo contra o Bahia, mas chamou atenção para a má qualidade de outros gramados no estadual. “Isso tudo está acontecendo por causa da falta de energia. O gramado não reunia boas condições, mas o de Juazeiro, no jogo do Vitória, na estreia, também foi objeto de muita crítica e não vi ameaça parecida”, criticou Sales.