Câmeras de segurança flagraram a movimentação dos suspeitos de torturarem e matarem Valdeci Carlos de Sousa, 63 anos, um servidor aposentado do Tribunal Regional do Trabalho, há nove dias. Elizângela Almeida de Miranda de Souza, autônoma de 41 anos, natural do município de Várzea Nova, na região de Jacobina, Bahia, tentou disfarçar a culpa informando o desaparecimento do ex-marido, mas a polícia não tem dúvidas que ela tenha cometido o crime junto com o amante.
O crime aconteceu na noite de domingo (21). Segundo informações da Polícia Civil, a mulher estava separada por conta de uma relação extraconjugal e tirou a vida do ex-companheiro com a ajuda do amante em um crime premeditado. “Ela atraiu o esposo para sua residência na expectativa de reatarem, mas se tratava de uma emboscada”, diz Joás de Souza, delegado-chefe da 17ª Delegacia de Polícia.
De acordo com o investigador, a ação foi registrada por câmeras de segurança da rua, na QNM 17. “Nas imagens aparece quando a vítima chegou à casa dirigindo a caminhonete e ficou lá dentro por um período. Ela colocou o carro dentro da garagem para não ter testemunhas, mas mesmo assim as câmeras conseguiram capturar o momento em que os envolvidos entraram no carro”, conta o delegado.
A dupla dominou o idoso, o colocou no carro e passou a noite rodando pelo Distrito Federal. Enquanto a mulher dirigia, o amante, José Willamy de Melo Raiol, 26 anos, torturava a vítima no banco traseiro. Para a polícia, os envolvidos tentavam descobrir senhas bancárias. O idoso foi morto com um tiro na cabeça e seu corpo foi jogado às margens da DF-001, entre o Núcleo Bandeirante e Santa Maria. Segundo o delegado, o José mandou Elizângela cobrir o rosto do ex para que não visse a execução.
“Para tentar dissimular, ela foi até a delegacia no dia seguinte registrar o desaparecimento e apresentar o carro que teria sido encontrado abandonado. No entanto, 72 horas após o crime ela e o amante foram identificados como autores”, lembra o delegado. À polícia, a suspeita mulher diz que cometeu o crime coagida pelo amante, mas, conforme o delegado Joás, as imagens descartam a possibilidade.
O carro foi localizado próximo a um motel em Taguatinga Norte pela Polícia Militar, alvo de críticas por parte do delegado, que entende que a postura da corporação deveria ser registrar ocorrência. Isso porque havia marcas de sangue na caminhonete. “A perícia foi comprometida”, diz.
Foragido – José Willamy de Melo Raiol está foragido. A Polícia ainda não sabe se o homem tem envolvimento com o mundo do crime. “A frieza, situação e dinâmica dos fatos são típicos de pessoas envolvidas com crimes. Também é estranho ele ter várias tatuagens com nomes de mulheres pelo corpo”, pensa o investigador. A dupla deverá responder pelo crime de latrocínio, roubo seguido de morte, e pode ficar reclusa por até 30 anos.
Augusto Urgente * Com informações do JBR