O Corpo de Bombeiros informou neste sábado (2), 9º dia de buscas, que subiu para 121 o número de mortes do rompimento da barragem, em Brumadinho. Há ainda 226 pessoas desaparecidas e outras 395 foram localizadas.
De acordo com o tenente porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, o trabalho neste sábado está focado em uma região em que estariam localizadas vítimas que estavam em um vestiário. No final da tarde de sexta-feira, foram identificados objetos deste local e, desde a manhã de sábado, as escavações e a estabilidade do terreno começaram.
“Esse foi um avanço bem importante para as equipes de busca. Estima-se que a área do vestiário congregue um número muito grande de vítimas”, diz Aihara.
Segundo o porta-voz, há ainda pontos em que a lama alcança cerca de 20 metros de profundidade. Desde sexta-feira (1), a operação entrou em nova fase de buscas que demandam muito mais tempo.
“Os corpos que estavam em níveis superficiais da lama, praticamente, em sua totalidade, já foram retirados. Agora, para que sejam localizados novos corpos, é necessário fazer um trabalho muito demorado de escavação. Não adianta só fazer essa escavação, mas estabilizar o terreno e retirar esse corpo com muito cuidado para possibilitar a correta identificação pela Polícia Civil”, afirma Aihara.
Os trabalhos de busca por vítimas da tragédia de Brumadinho entraram no 9º dia neste sábado (2). Trabalham no local mais de 250 bombeiros e 22 cães farejadores. Desde esta sexta-feira (1º), quando o rompimento da barragem da Vale na Grande BH completou uma semana, a operação de resgate entrou numa nova fase e não tem data para acabar, segundo as autoridades.
A barragem de rejeitos, que ficava na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, se rompeu na sexta-feira (25). O mar de lama varreu a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da Vale. Entre as vítimas, estão pessoas que moravam no entorno e funcionários da mineradora. A vegetação e rios foram atingidos.
Desde sábado (26), não são achados sobreviventes. Para os bombeiros, é muito pequena a possibilidade de achar alguém vivo em meio ao mar de lama. Já o prefeito de Brumadinho, Avimar Barcelos, disse em entrevista nesta sexta: “Neste momento estamos mais preocupados em resgatar vidas, e depois resgatar corpos”.
Na entrevista coletiva para falar sobre o balanço deste oitavo dia de buscas, o tenente Aihara, porta-voz dos bombeiros, comentou os vídeos revelados nesta sexta (1º) que mostram o rompimento da barragem em Brumadinho.
Nas imagens – que foram cedidas pela mineradora às autoridades no dia seguinte à tragédia –, é possível ver o tsunami de lama, minério e rejeitos.
Um deles, ao qual a TV Globo teve acesso, mostra o instante exato em que a barragem cede.
No outro, é possível ver o mar de lama que avança rapidamente e engole veículos, máquinas e trem, encobrindo toda a mina.
“As imagens já tinham sido recebidas. A decisão de não divulgá-las foi uma decisão com embasamento técnico”, justificou Aihara.
“Tinha a preocupação de provocar pânico generalizado na população, já que a barragem 6 [também na mina do Córrego do Fundão] estava sendo monitorada. As pessoas poderiam ter um movimento de evacuação generalizado.”
Em nota, a Vale informa que disponibilizou as imagens às autoridades em 26 de janeiro e que não divulgou vídeos da ocorrência “para não prejudicar as investigações e, sobretudo, em respeito aos atingidos e familiares”.