A nota de R$ 200 completa dois anos nesta sexta-feira (2). Com ares de raridade, só uma a cada quatro cédulas existentes nesse valor circulam atualmente no mercado. De acordo com especialistas consultados pelo UOL, o sumiço da nota de R$ 200 ocorre porque cada vez mais pessoas armazenam grandes quantidades da cédula em casa.
A prática, chamada de “entesouramento”, não é ilícita, mas pode facilitar crimes como evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Outra hipótese é que a popularidade do Pix tenha levado menos consumidores a usarem dinheiro em espécie.
Além disso, com a corrosão do poder de compra provocado pela inflação, o valor da nota de R$ 200 em julho de 2022 (último dado disponível) é 19,6% menor que em setembro de 2020, em valores corrigidos pela inflação. Isso significa que a cédula de R$ 200 tem hoje poder aquisitivo equivalente a R$ 161.
A cédula foi criada pelo BC (Banco Central) no primeiro ano da pandemia de covid-19 para evitar eventual desabastecimento de papel-moeda entre a população.
Apesar da baixa circulação, não há planos do Banco Central para descontinuar o uso da nota de R$ 200. “A entrada em circulação da cédula de R$ 200, assim como aconteceria com qualquer outra nova denominação, ocorre de forma gradual e de acordo com a demanda da sociedade. O ritmo de utilização da cédula de R$ 200 vem evoluindo em linha com o esperado, e seguirá em emissão ao longo dos próximos exercícios”, disse a instituição em nota ao UOL.