A capitã da Polícia Militar do Rio de Janeiro Ana Paula Moutinho foi presa administrativamente na sexta-feira (10,) por incitar a greve da PM no estado, usando seu perfil em uma rede social. No Facebook, ela escreveu que a PM não iria atuar como de costume e a sociedade ficaria desguarnecida. “Só cuidaremos dos nossos! Fujam para as colinas”, dizia.
De acordo com a assessoria de Imprensa da corporação, ela postou “mensagens agressivas à sociedade” e ficará detida por 72 horas. O comando do 31º BPM tomou a medida em cumprimento ao regulamento disciplinar da Polícia Militar. A greve de policiais militares é considerada inconstitucional. Pelas redes sociais, porém, amigos de Ana Paula demonstraram preocupação com sua situação e classificaram como “injusta” a prisão.
A capitã ficou conhecida nas redes sociais em outubro, quando amamentou um bebê durante uma ocorrência na Comunidade do Terreiro, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da capital fluminense. Ana Paula havia acabado de se tornar mãe.
Outro caso
Um soldado do Centro de Policiamento Ambiental (CPAM) também foi detido em casa, no município de Itaocara, norte fluminense, por ter feito postagens em apoio à manifestação. Ele foi levado para a 6ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, em Campos dos Goytacazes.
O apoio dos policiais à manifestação também foi visto no Comando de Polícia Pacificada (CPP). Com uma escada atravessada na saída do CPP, a mãe de um policial discursou. “Eu sou sangue azul. Eu pari um sangue azul. E daqui eu não saio.” Cerca de quarenta policiais aplaudiram a mulher. Mas também houve momentos de tensão.
O coronel Claudio Halick, subchefe operacional do 3º Comando de Policiamento da Baixada Fluminense, foi agredido na porta do 20.º BPM (Mesquita). Ele tentava sair da unidade quando foi cercado. O comandante tentou se desvencilhar e teve a camisa puxada. Ele chega a cair. “O senhor tem de respeitar. Não é a sua esposa que está aqui, não”, disse uma das mulheres.