Um homem de 30 anos matou a mãe e três vizinhas na noite de ontem em Londrina, no norte do Paraná. Segundo a Polícia Civil, Diego Ramos Quirino é usuário de drogas e havia sido internado no mesmo dia com um provável surto psicótico, decorrente de síndrome de abstinência. O homem, que estava nu quando cometeu os crimes, foi contido por moradores e acabou preso.
Uma das vítimas foi Vilma Santos de Oliveira, 63, conhecida como Yá Mukumby, uma das mães de santo do candomblé mais conhecidas no Paraná e referência no movimento negro no Estado.
A série de homicídios, sempre segundo a polícia, começou por volta das 22h, quando Quirino tentou agredir sua companheira, Patrícia Amorim Dias, 19, dentro da casa da mãe dele, no Jardim Champagnat, bairro de classe média alta. Ao perceber que o filho tentava golpear a nora com uma faca, a mãe de Quirino, Ariadne Benck dos Anjos, 48, tentou contê-lo e foi ferida.
Patrícia conseguiu escapar. Por acreditar que a mulher estivesse escondida na casa de Yá Mukumby, que era vizinha de sua mãe, Quirino pulou o muro que divide os imóveis e matou a mãe de santo. Ainda dentro da casa de Yá Mukumby, Quirino esfaqueou Alial de Oliveira dos Santos, 86, mãe da mãe de santo, e Olivia Oliveira, 8, neta.
A polícia investiga se o ataque de Quirino às vizinhas teria ocorrido após Yá Mukumby ameaçar chamar a polícia para prendê-lo. A idosa Alial Santos foi morta no quintal da casa da filha, quando tentava fugir depois de ver sua bisneta e Yá Mukumby serem mortas.
Em 2010, a história de vida da mãe de santo foi contada no livro “Yá Mukumby, A Vida de Vilma Santos de Oliveira”, que saiu pela coleção “Presença Negra em Londrina”, da editora da UEL (Universidade Estadual de Londrina).
Depois das quatro mortes, Quirino, que estava nu quando cometeu os crimes, correu pelas ruas do Jardim Champagnat até entrar em um salão onde ocorria uma festa infantil. Sua companheira, na verdade, estava nesse lugar. Ao tentar atacá-la novamente, Quirino foi contido pelos convidados e seguranças da festa, que acionaram a polícia. O homem acabou preso.
Surto
Parentes de Quirino informaram à Polícia Civil que ele havia sido levado para um hospital ainda na tarde de ontem, por estar em surto psicótico. Segundo a polícia, Quirino é usuário de drogas. Depois de ser medicado e liberado, voltou para casa. Após tomar banho, ele começou a ficar violento e cometeu a chacina.
Na delegacia, Quirino disse apenas que cometeu os crimes “porque estava com o bicho no corpo”. Ele se reservou ao direito de ficar calado. Até a tarde de hoje, nenhum advogado havia sido nomeado para defender Quirino, de acordo com a polícia.
Com informações da Folhapress*